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07/07/20 Livros

Tecnologia: um antigo termo, novos significados

“Opilouds”? “Daoloude”? “Upigreides”? Do que se trata? Seria um estado de alienação? No ambiente escolar, inúmeros sons, falas, imagens, comportamentos e expectativas podem ser detectados sem muito esforço. Ajustando o olhar de forma mais acurada, percebem-se entre os alunos vários processos de construção do conhecimento que traduzem outras maneiras de ser e estar no mundo, em muito, ancorados em tecnologias contemporâneas. Qual a aproximação possível e necessária entre essas tecnologias e a sala de aula?

Na busca das raízes etimológicas e do conteúdo semântico do termo “tecnologia”, nós nos deparamos com a raiz grega inicial que remete para a arte e o ofício de um fazer. Ampliando esse termo para a realidade presente, podemos conceituar tecnologia como um conjunto de conhecimentos, argumentos e razões em torno de uma arte, de um fazer determinado, cujo objetivo é satisfazer as necessidades humanas. Abarca, portanto, as possibilidades de construir novos conhecimentos na relação homem-mundo, impulsionando processos de transformação da vida e das sociedades humanas. A utilização do binóculo, do telescópio, da máquina fotográfica, por exemplo, reproduz o funcionamento de um órgão sensório humano, ampliando a sua capacidade de ouvir ou visualizar. A necessidade de sobrevivência sempre exigiu do homem formas inteligentes para superar os obstáculos impostos pela natureza. Com a invenção da roda, o ser humano modificou seus hábitos de locomoção e interveio na relação de deslocamento, modificando vivências e compreensões do espaço e do tempo. O homem, aos poucos, foi se tornando um inventor, superando a condição de receptor do que a natureza poderia lhe oferecer.

Expressões como “cibercultura”, “redes telemáticas”, “geração digital” e tantas outras se fazem presentes nas discussões, nas pesquisas e nos estudos que objetivam entender e explicar o momento contemporâneo. Novas formas de produção, difusão e estoque de informações, interligadas e interconectadas, possibilitaram navegar em qualquer tempo e em qualquer lugar, alcançando, inclusive, os centros de produção de conhecimento que lhes dão origem, num processo interativo e numa velocidade extraordinária.

Esses elementos estruturadores de novos territórios revelam a necessidade de outras arquiteturas de trabalho no ambiente escolar. Isso posto, e de forma inegável, nos traz a reboque o seguinte questionamento: Qual o significado da tecnologia para a escola?

Se partirmos do pressuposto comum de que a existência da escola se justifica pelos processos de ensino e de aprendizagem, são esses os processos que deverão se beneficiar pelos avanços tecnológicos presentes na sociedade atual. Para nossos alunos, a “prática de ordem” é a interação com os seus pares, operando por meio de sistema on-line, que permite, rotineiramente, um novo estar e ser no mundo e, consequentemente, outra relação social. Sendo assim, não há outra forma de tratar dessas novas relações que não seja inaugurando um processo de construção de uma nova identidade para a escola, trabalhando o sentimento perturbante e desestabilizador que a convergência midiática desperta em muitos educadores. Nesse cenário, nossos alunos aparentemente sedentários, preguiçosos ou apáticos podem se configurar como meninos e meninas à espera de compreensão e inclusão nesse espaço educativo que estamos dispostos a reconstruir, a partir da arte e da ciência que comporta a educação escolar: pura tecnologia pedagógica.

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